Becos sem saída, dias chuvosos... as sombras se misturam a luz do sol indo de lado a lado na janela - essa é a verdade do tempo, está tingida no cosseno e no seno de muitos ângulos que fazemos com os dedos ao contar e encontrar novas constelações.
Uma, duas, três... são brilhos pequenos, estrelas distantes, outrora perto de nosso indicador; próximas quando fazemos um gesto a esquerda e a direita no céu cheio de pontos - eis que surge um pensamento-imagem.
O estranho é passear por esses traços, o quanto é solitário estar em meio as estrelas, elas parecem ser próximas umas das outras, é só o que parece, acredite!
A partir dai direcionamos nossos olhos, ora fechados, ora abertos, à rua... do sereno a brisa - tudo está inerte, paciente e cautelosamente sombrio.
E eis que surge do nada, algo do nada, ser em tudo, tudo para um ser.
Não há olhos que não se toquem, não há maneira de chegar a tão longe, em apenas, em menos de alguns metros, de altura-distância.
E vem das nuvens a cobertura, ao coberto sobre a luz que reflete no seu rosto algo que precisa ser tocado.
A paz é apenas uma ilusão, ou um intuito para uma nova guerra no caduco na meretriz de todas as faces fixas.
A genuína glória de tudo é esse instante infinito em câmera lenta.
E o gosto vem aos lábios.
Há fruto mais doce? - pergunta-se ao pensamento translúcido de algo, que a volta parece ser invisível para os andantes num lar na cabeceira da rua.
Está claro, mas está escuro..., será uma lente mágica, daquelas que faz a inimaginavel concreto?!
Sois um criador, desbravador da transgressão do poder de algo quase maligno, que toma minha boca, em minutos e sob a mente, entorpece a alma de um mundo sem explicações. Confusões fundidas, difundidas - são o que nas palavras existe o sem sentido para isso!
É sem dúvida meu peito!
Alguma veia deve ter transplantado mais sangue ao resto de meu corpo, as extremidades não sabem qual resposta dar ao orgão comandante.
Seguem passo a passo, batida a batida... rápido... a porta... é somente este, um muro... estou diante de madeira ou vidro? - porque sei que há alguem lá fora... sem ver nada... está parado na única parada inexata, intrépida e desarticulada de algo venenoso, um segredo - qual?; posso abrir e descobrir... começa novamente, o mundo agora é instanteneamente virado de ponta cabeça quando levo meus dedos a maçaneta.
Está lá, o farol do carro faz parecer o que pela janela via apenas um silhueta sem tons. Agora está diante de mim.
Falta palavras, - o que dizer?! Com apenas dois traços de olhares um no rosto do outro, dez passos, conseguimos desenhar um beijo, mãos e corpos simplesmente se misturam em algo heterogêneamente novo. O minuto vivo, que faz o corpo padecer cheio de sentidos minuciosamente desselecionados. Mistura química e filosófica - precisa isso uma explicação?!
Prefiro deixar...
Deixe... deixe... beije...
Apenas.... ecoa.... ... .... aconteça.