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setembro 16, 2017

A "arte das Pontes"

Uma Ponte Qualquer


(Július Caesar)

Há tantas paredes no mundo. Nosso o mundo?
Quadro no quarto.
Doze na casa.
Seis a nove no templo.
Quinze na universidade.
E cerca de vinte e oito no trabalho.
Paredes abertas e paredes fechadas.
Umas sem fechar as quatro dimensões, outras de ângulos obtusos, retos e agudos.
É dessa forma que a vida tem existido, cercada por paredes.
Quando é que vamos construir/pensar menos em paredes e mais em pontes.
Para uma ponte, as fundações não precisam ser totalmente robustas, apenas fortes o suficiente para que duas ou mais pessoas possam passar pelo seu trajeto.
Precisam ser construída de um lado e do outro.
Ambos se olham, desviam olhar e não sabe bem se aquele projeto arquitetônico irá prosperar, mas ainda assim, continuam a construir e a colocar concreto, areia e esforço.
Dos três materiais, creio que deixamos o esforço de lado.
Queremos o fácil, o instantâneo e o constante.
O absurdo do controle parece corromper o devir da vida.
Como se ela estivesse à nossa disposição, quando não está.
O rio corre, independente do que fizermos.
O fluxo nos atravessa inconstantemente-constantemente.
Isso precisa mesmo fazer sentido?
Construir mais e mais paredes será de fato a solução para a manutenção dessa sensação de segurança?
Paredes não tem mesmo rachaduras?
Precisamos mesmo dessa noção de proteção?
Acredito que em algum ponto, no desenho do quadrado, nos tornamos paredes.
Acho que no fundo, nos esquecemos o sabor de construir pontes.
Uma linha entre mim e você.
Pontes entre eu e tu.
Pontes entre nós e eles.
Pontes entre o que discordamos e o que concordamos.
Pontes entre amigos, aqui, ali e acolá.
Pontes entre indivíduos e os demais animais.
Pontes entre pais e filhos.
Pontes entre famílias.
Pontes entre religiões.
Pontes entre o conhecido e o desconhecido.
Pontes do corpo-mente.
Pontes da fé-espiritualidade.
Nos esquecemos das pontes!
Que triste...

Quando será que vamos nos esquecer dessas paredes?
Quando foi a última vez que você fez uma ponte?