Alegoria do Salmão |
Mal sabemos, mas todos nós somos pequenos arqueólogos. Irremediavelmente, fugirmos em desespero do sentir-se vazio, corremos e tentamos sair do passado, das dores e dos inconvenientes do mundo das coisas. Muito embora, a fuga pareça ocorrer no chão firme, isso no interior teor da (in)justeza dos fenômenos que no pensar pensante realizamos. Estamos salmão?
Nem pouca ou nem muita, tenho dúvidas nas flutuações da realidade, mas hoje consigo só achar um possível estado para nosso correr. Corremos sobre as águas. Nadamos no risco e na alegoria do salmão contra a correnteza e os ursos. Realizamos cada braçada, conservando o ímpeto ou não o fôlego, e astutamente, esquivando-se das armadilha, embora, algumas tenha mais do que dentes. Contra isso, almejamos a liturgia principesca, como se isso reagisse contra os medos. Penso que só os fortalece.
O temor de todos os humanos
O temor de todos os humanos
Nos achamos da realeza ou algo do tipo. E por quê não seríamos. Com um pouco de esforço e disciplina, chegamos ao status físico que os holofotes almejam, e só descobrimos/entendemos que amamos isso, dois segundos depois do gracejo gentio sobre as genitárias. Esse pequeno príncipe, tem seu homem da mascara de ferro. Alí, no exato lugar aonde não precisam vê-lo, pois se for visto, perderemos a santidade da coroa principesca. É ingenuidade infantil, acharmos que nada nos vê ou não detectam nossos calabouços. Uma hora damos a chave à alguém. E então, voltamos a ligar para a correnteza.
De volta aos auspícios, espúrios e aquiescências da labuta, tornamos a fazer um pouco mais conscientemente a tarefa da fuga e do reencontro às escondidas com as dores do mundo. Agora, mais escondida(mente). O medo ainda existe da descoberta, porém, com o ganho há mais medo, com a perda há mais liberdade.
Nesse exercício, poucos descobrem, mas de braçada em braçada, de água nas mãos em mãos, no fluxo silencioso que vos cerca, no esforço estrondoso que realizamos pela vida, o que fazemos é algo muito parecido com o escavar a terra esquecida. Não há tanta poética assim como parece. Existem tantos entulhos no ir como no vir. Não parece, mas a percepção mente as vezes, pois se tudo que existe, foi, e tudo a frente não existe, no por vir, logo há algo estranho nisso. Não somos privilegiados! Esse mundo não foi feito para nós, ou só para nós. Quando aprendemos isso, descobrimos o ofício de arqueólogo.
Saímos da realeza e nos deparamos com a ralé, ou como prefiro dizer, o estado/status de todos os animais.
De volta aos auspícios, espúrios e aquiescências da labuta, tornamos a fazer um pouco mais conscientemente a tarefa da fuga e do reencontro às escondidas com as dores do mundo. Agora, mais escondida(mente). O medo ainda existe da descoberta, porém, com o ganho há mais medo, com a perda há mais liberdade.
Nesse exercício, poucos descobrem, mas de braçada em braçada, de água nas mãos em mãos, no fluxo silencioso que vos cerca, no esforço estrondoso que realizamos pela vida, o que fazemos é algo muito parecido com o escavar a terra esquecida. Não há tanta poética assim como parece. Existem tantos entulhos no ir como no vir. Não parece, mas a percepção mente as vezes, pois se tudo que existe, foi, e tudo a frente não existe, no por vir, logo há algo estranho nisso. Não somos privilegiados! Esse mundo não foi feito para nós, ou só para nós. Quando aprendemos isso, descobrimos o ofício de arqueólogo.
Saímos da realeza e nos deparamos com a ralé, ou como prefiro dizer, o estado/status de todos os animais.