Me pego as vezes pensando. Naquele sussurro de instantes. Uma pequena olhada na esquina na noite chuvosa e escura do pensamento.
E vejo aquele vento soprando em meus ouvidos perguntas insanas e respostas diabólicas do futuro não-futuro.
Não sei o que dizer.
Fico calado. Tento ficar em silêncio.
Deixar minha mente se aquietar.
Não posso, tenho que dar uma resposta ao vento.
... satisfazer suas dúvidas; mergulhar minha cabeça em pensamentos longos de contínua reverberação.
Uma tentação vil, desnecessária e caduca.
Ela passa com o raiar do dia.
Sempre existe.
E pergunto ao vento... o que fiz de errado para ele me perguntar coisas tão funestras.
Acho que descobri a ultima de minhas sinas.
FOREVER ALONE!
E o vento nada mais é do que minha resposta interior a minha pergunta consciente.
Uma ação na solidão derradeira.
Agora compreendo o que é o vento.
O espírito do vento.
Imaginei o que ele seria, já que domino o saber do que é a vida da água, o corpo da terra, e o coração do fogo.
Estava errado sobre o vento?!
Indaguei tanto assim erradamente, e fiquei só por isso?
Acho que é por eu ser um cometa errante pelo espaço frio, sempre me aproximo dos sois e sois para ganhar brilho e calda, mas logo que mudo de orbita, pego impulso na gravidade, saio dessa ciclo e esbarro em nada a frente de nada só para saber que haverá mais sois.
Minhas lágrimas já correram tanto por isso.
Já desejei tanto mal para mim mesmo por isso.
Tento a cada dia, dia após dia, fingir que isso não vai acontecer de novo.
Parar de desejar isso, e conseguir sorrir sem ser chato para encontrar um pouco de atenção.
Como sou ridículo.
Sou o que sou... isso não há de mudar.
Os dias e noites em claro provaram isso.
Os choros e frios previram isso, e previram no pranto de sangue de minha alma.
Será que o cosmo não me quer por aqui?!
Eu fiz tanta coisa de errado assim quando criança para ter de suportar isso?!
Por mais cuidado e responsabilidade que eu tive, ainda não é o suficiente?!
São tantas as sombras na minha mente agora, que nem mesmo consigo achar um canto mais escuro para me esconder.
Eu sempre soube que isso ia acontecer.
Sempre, e menti para mim mesmo...
Sempre acontece, porquê seria diferente agora, ontem, amanhã?!
Ver tudo desmoronar é tão triste.
Ter de varrer os cacos, e construir outro vaso de barro é tão pesado.
Já tentei tanto moldar uma massa mais firme, mas sempre é assim...
Afinal, a vida sempre me enviou para trevas quando eu procurei a luz.
Desde criança, e eu nem sabia disso, fiquei sabendo depois de adulto.
Por mais que eu tente, meu coração ainda doe...
Ele sangra...
Minha alma geme...
Minha narrativa chora...
Meu medo cresce e me atormenta...
No fim, estou só novamente...
Como sempre estarei, e um dia estarei definitivamente só!
Meu tempo aqui é tão curto, mas parece as vezes tão longo por tudo isso.
Eu sempre procuro ser positivo, mesmo mostrando o inverso.
Sendo forte, mesmo mostrando um sorriso amigo.
Ser astuto mesmo quando só há ignorância entre os muros e as palavras.
E mesmo assim, sou o que sou, e isso não muda, ou não vai mudar.
Qual é meu objetivo?
Ser alguém da destruição ou da cura?
E dou aquela sorriso idiota, hipócrita por natureza para pensar:" - como curar se nem me curo, ou se nem sei se estou doente?"
É uma tragicomédia, um ultraje à rigor.
Meu desafio agora, é saber varrer novamente os cacos, colocá-los novamente num pequeno recipiente e guardá-lo num pote das minhas memórias despedaçadas.
Engraçado, estou aqui a quase duas da manhã, escrevendo mensagens... ditando coisas sem sentido... e outras cheias de sentidos... tentando evitar o inevitável...
Tolices...!
Mediocridades...!
O que eu posso fazer?
- Deixe a lágrima rolar!
- Permita a chuva cair!
- Fique o tempo necessário triste!
- Enxugue a cara!
- Tente um sorriso...
- Seja direto e sem rodeios...
- Admita o fato concreto e indiscutível...
- E DESAPEGUE-SE... ESQUEÇA... DEIXE MORRER... em pouco tempo oxigênio algum restará.
- Recomece... do zero ao um, do um ao dois... do meio ao dez... do dez ao cem... e depois?
- Não sei!
- Ninguém sabe!
... talvez eu saiba, mas quero não saber.
Quero só dormir e descansar um pouco de tudo isso, e ver o Sol me dar uma nova chance de tentar do zero.
TENTAR... e tentar... e tentar...