Poucos entendem isso...
Mas enfim, se cada coisa que fazemos nos mata e dá vida também um pouco.
Melhor morrer assim do que de outros modos.
Pelo menos, é uma das poucas formas de não ir sozinho.
Todos estamos sós no último nonilionésimo de segundo antes da morte.
E é nesse tempo, que acertamos todas as contas conosco...
é o espaço para pesar...
é o espaço para o nada em nós.
E isso é assustador...
Viver como se nada estivesse vivo.
Existir como se não tivéssemos existido.
Sentir como se tudo foce nada...
... e nada fosse tudo.
Nunca sei nada do amanhã. Ser-se-á dia, ou ser-se-á noite. Como pétalas ao vento, caminho longe em “montanhas russas” da brisa. Sigo o sigilo dos amigos e as sombras dos bastidores. Somos lobos, caninos braços... – miragens no tempo, marcas no arem da vida.
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janeiro 25, 2017
Nós, Nós-Mesmos e Eles
janeiro 06, 2017
Quando chegamos, mas não estamos em casa.
Na vida de todos, acredito haver sempre um momento em que a frase "algumas coisas precisam morrer para que outras nasçam" faz um sentido tão perturbador que arranha a melhor das molduras familiares.
Somos sempre cheios de expectativas, e o lar, a família, os parentes, os irmãos e irmãs parecem estar indo embora aos poucos tal qual os pais e mães que um dia não estarão mais ao nosso lado.
Estou tentando descrever esse sentimento que mistura um quarto vazio, dias quentes, emoções distantes e conflitantes, e a sensação que se perdeu alguma coisa no 'lar doce lar' - o lugar para aonde todos um dia gostam/tentam voltar de alguma forma.
Sentimentos novos são sempre pavorosamente complicados de se descrever.
Essa mescla de impotência quando a situação, o embaraço, o vazio e a tristeza parece não ter fim, sem saída, sem solução.
Se isso é a vida que está por vir... como ela é assustadora e solitária.
Eu sempre aprendi que quando perdemos alguém, algum tipo de laço se quebra. O laço da convivência, os laços do amor, os laços das alegrias, os laços da família, os laços de alguma forma ou conteúdo de viver que não voltam mais. Esse deve ser um dos sentidos da morte. É tão passiva essa sensação, me transfere à transcendência de uma forma de vácuo difícil até para respirar.
O som de estar indo embora. Os preparativos das malas. A mudança. Os momentos parecem não terem sido mais os mesmos. Algo falta falta algo! Tem alguma coisa que não quer aparecer ou ser desvelada dentro das sombras das sensações. Algo que precisa de divã. Precisa sair para se acertar com a realidade. Um acordo talvez. Uma despedida quem sabe. Uma convivência ou contorcionismos de viver.
Queria ter mais respostas. Só tenho dúvidas e mais dúvidas. E o cansaço em sentir isso no meu último dia me consome. Parece que não deveríamos estar aqui. Tudo parece tão cinzento. Nada está no está. Acho que isso é meio que uma sensação de que retrocedemos. Não devíamos estar por aqui mais?! Será que é isso? Será que isso seria o mais corrento numa época tão infeliz como a atual. Nesses dias chuvosamente sem a previsibilidade constante das coisas pequenas cotidianas.
Geralmente, volto revigorado para um novo retorno às atividades. Hoje não sei dizer se isso irá acontecer.
Eu sei que um dia, eu sabia mesmo, eu sabia que algo do tipo poderia acontecer...
Está acontecendo...
Lentamente,... vão se esquecendo...
O tempo vai aos poucos sumindo...
Os prazos sendo cobrados e me subsumindo... sublimando... sujeitando...
As pessoas continuam indo e não mais voltando...
E eu não sei dizer ao certo se meus preparativos para isso vão adiantar de alguma coisa.
Afinal, a solidão parecida de uma forma, mas agora sei que ela é de outra.
Muito mais estranha, muito mais vizinha.
Talvez seja só mais uma mobília na qual estou olhando, ou talvez seja mais um momento em que dizemos: chegamos em algum lugar, lugar nenhum.
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