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fevereiro 05, 2014

São só clientes

Como posso inferir o peso de uma vida?

Medidas de densidade gota a gota em palavras?

Mesmices e inevitabilidades servis?

Que metáfora terrível, eles nos forçam a ser!

*

Quando o peso atinge o chão sentimos as maledicências em proza:

...o plano atroz se (as)suculenta em vértice sob minha'lma,

...dentes e línguas petrificam e estilhaçam-se em tormento, e

...uma poeira enegrecida se assenta sob as camadas da certeza.

**
Só nos resta suportar calado e medir os verbos possíveis. 
Pondera-ei toda face às canduras divinas.
Torná-las-ei o diabroso em sustentação trovadora.
Lambei-me-ei as pontas dos dedos molhados de impura escarlatina.

***

Essas tentações amaldiçoam amiúde daquelas preses gentis.
Não há poderes ocultos aqui, só teimosias e ossos.
Não sabemos ao certo o que fazer.

****

Como tolero este sarcófago?

Se a leitura não me salvar, ai de mim!

Se este fogo apagar, ai de tu!

*****

Bata as asas espírito sutil!

Diga que não desejo mais afetos abissais.

Diga que noites sem Sol e dias sem Lua não serão mais meus clientes.

 


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