Não é vergonhoso dizer que errou!
Pecar, in-transigir, corromper, alienar, enfim, errar;
nada disso é pior que deixar de admitir o que fez, o que faz e o que eventualmente fará.
Mais triste do que ser pecador, e ver nos olhos brilhantes do outro a certeza de não ser também alguém que erra.
A hipocrisia é a pior das piores...
o veneno dos venenos...
o mal que cresce a nosso bel prazer, na doçura de pequenas e irracionais palavras.
Mentiras... mentiras... e mentiras.
Há escombros que gostamos de ocultar.
Aqueles terremos mais sombrios de nós mesmos, é seu lugar e local de vigília.
Possui tal monstro da consciência uma estratégia simples: esperar.
Usar e abusar da paciência, da astúcia, do jogo da guerra.
"Derrote seu inimigo sem lutar" - a arte da guerra ensina isso muito bem, mas só esse pecado-monstro sabe como utilizá-lo com tanta eficácia quanto o maior dos sábios do campo de batalha.
Encontrar essa besta, e enfrentá-la é como andar num pântano obscuro e fétido, aonde a bussula do bom-senso não consegue dizer a direção certa.
Certamente, é a falta de costume em se orientar por ela.
Como uma criança que acaba de aprender as primeiras letras, o pseudo-santo, mal sabe o que é bom-senso; ou talvez até saiba... há tantos que fazem uso dos saberes para ocultar a dor de saber.
Saber é poder, e também é dor!
A dor é o único indicador de onde está errado.
Porém, sabem esses criadores-do-pântano que esse sentimento pode ser facilmente esterelizado com pequenos cálices do bom vinho.
Uma coisa boa para espantar uma coisa ruim.
Um outro ruim, para assumir minhas culpas.
Outro segredo dos pecados: assumir quando posso assumir que a culpa é sua!
"Sua" é sua do seu, do meu, e não do este, do aquele e do tu.
A maior das dificuldades, deixar de ser o que se exigem ser.
Ser aquilo que é, para si, e para os espelhos que seguramos quando falamos com os "outros".
Balançar na corda bamba...
Tocar cada nota do piano sem desafinar.
Ser o perfeito do outro!
Todas essas coisas, tranquilizantes da alma, não curam!
Palitam aquilo que a escova de dentes insiste em não alcançar, só que quando passam, arrombam lugares sujos para torná-lo lugares sangrentos.
E como sair disso? Como solucionar a hipocrisia? Há inseticidas para esse verme da alma?
Se existe, acredito que seja o espelho de si.
Aquele que todos correm, ou todos adoram olhar. São dois extremos muito peculiares.
Mas que escondem o pior do pior e o melhor do pior.
Só há dor, dor indolor, vidro inquebrável rachado.
Os cacos do inquebrável devem ser catados aos poucos.
Buscando nesse quebra-cabeças, ver o horror das rachaduras do próprio íntimo.
E assistir aos poucos, quando montado o desafio, fazer dele um novo espelho.
É um problema-solução! Ninguém sabe aonde vai dar.
Embora, valha a pena tentar ou morrer tentando.
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