Será demasiadamente teimosia o que os sonhos nos mostram do passado?
Talvez?!
Atravesso a noite ainda lembrando-me de ti às vezes. Contudo se Freud estiver certo, não fora somente um aviso de mim mesmo ao monologo da consciência, todavia, um auto-dito esclarecido pelos fatos avulsos.
Portanto, não vem a mim uma poesia dessa singular amortização de meus pensamentos. Nem amaços. Nem tão pouco desejo.
Fora uma esperança medíocre desafiando minha honrada instância espiritual.
“-Vi-me sorrindo com quem não ria muito comigo em meus anos colegiais.”
Na verdade conheceu-me pouco esta pessoa. Falamos-nos pouco.
Ainda sim pude ter dentre minhas habilidades a proeza e agonia de ouvir teus passos com o coração, alinhados as batidas, ao suor frio, ao querer ver e necessitar do desvio estratégico do olhar.
Querer era sofrimento. Sofrimento era alegria. Não estava vazio por isso. Tinha algo mais em mim. Estava feliz em sentir uma dor diferente naquela ocasião contraditória.
Pude observar que no estandarte dessa onírica façanha, embriagado de dor física e anestésica, há numa vontade adormecida, a coragem e a alforria.
Ver um sorriso direcionado para esse tolo ser. Completar um olhar como luz da lanterna a iluminar no escuro as antigas correntes, a prisão e a chave do cadeado no chão frio.
Procuro não iludir-me, ao contrario, sei bem porque essa mensagem surgiu na mente sonhadora.
Foi razão. Foi amor. Foi só um sonho.
Agora não quero atravessar mais esse nevoeiro novamente atrás de alguém que não será meu nem hoje, nem no agora.
Enalteço essa atitude.
Supero meus antigos demônios.
Vôo junto com Icarus pelo céu anil, mas não queimo minhas asas no aproximar do sol.
Sou livre. Sou pirado.
Estou sendo eu mesmo novamente. Um eu que pode sonhar sem medo de lagrimas ou de expectativas negligentes. Um eu sadicamente masoquista no prazer de viver comigo mesmo novamente.
Foi bom. Mas somente foi!
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