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maio 08, 2011

Carruagem de fogo


Enigmático tempo que me sobra.
Parece que me enrola em sua teia.
Sou prisioneiro de alguma jaula sem grades.
Meus pensamentos insanos me exaltam.
Mas meu real me tortura.
Sei que devo partir.
Devo fugir dessa masmorra que tem sido meus dias.
A sensação é cada dia mais limpidamente sufocante.
O corpo padece, a alma chora e o coração sabe a resposta.
Mas a mente, ela quer o que a moral quer.
Viajar e deixar o corpo as moscas.
Ver na pele o que é certo e ignorar o que é verdade.
Sonho, mas não deixo este ganhar conteúdo.
Faço tudo errado.
Vejo nos papos, no evoluir a minha volta, e no perecer de minha vida terrena.
Sou um louco NERD envenenado pelo passado e agonizante no presente.
Futuro se tornou uma palavra angustiante.
Estou sem rumo.
Quando amo, sou odiado.
Quando sou amigo, sou traído.
Quando me sacrifico, sou morto pelo meu protegido.

Ainda sim gosto disso.
Humano tolo que não enfrenta nada.
O desconhecido me espera.
Arrisca-se. Torna-se homem de teu destino e faça dele seu rumo, mesmo que seja sozinho.
Não deixe que esfolem sua vida, faça dela sua cura e não dissolva o que é.
Quero, mas não sei se devo ainda.
O cômodo me seduz.
Sou um amante das tumbas.
Preciso soltar meu fôlego e respirar ar de verdade e não o que já foi respirado pelos outrem.
A marca dos insensatos me estigma à noite.
Acalanta-me no dia e me dopa à tarde.
Esse retorno que faço, na esperança idiota e inconseqüente, é uma sina imbecil de meu triste sol crepuscular.
Seria dubiu nutrir-me de vontade quando esta não passa de teoria. Ou seria menos inato de meu corpo acompanhar meus desejos, pelos credos pecaminosos.
Sou um lobisomem do ônibus, transformo-me somente quando a lua se esconde; - o paradoxo dos lincatropos.
Medroso, covarde, louco..., são os títulos de meus adjetivos... - os acompanhantes de minhas metáforas enrustidas de dor.
Mas o sufoco passa, vou dormir, meu sonho me prende novamente para a noite voltar a ser o ignóbil homem dos papeis ilimitados, da cadeira de força..., do manicômio da vida-morta.
Vou arrebentar essas correntes cedo ou tarde, só quero que isso não sejas tarde.
O tempo urge. A vida passa. Minha vida passa. Mas ainda há sede nesses lábios e enquanto estiverem sedentos, haverá vontade e, portanto, uma chama de luta pela liberdade serena no mundo.

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