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janeiro 11, 2011

Chuvas no gélido verão


Hoje a chuva na sua rebelde astúcia mergulhou-me na ira de sua passagem.
Um dia bem molhado, frio, gélido.
Onde a igualdade lembra-me de olhares frigidos, pessoas com poucas palavras e atentas aos momentos fracos. Como tubarões elas esperam, e no segundo certo, para mostrar sua superioridade dentro do oceano da multidão. É intrigante tamanha voracidade, em peixes que estão aprendendo a nadar ainda. Mas de todo jeito a sobrevivência é sempre do mais forte. Seja na sociedade, ou, nas profundezas do mar.
Contudo, num dia como esse, é valido apenas o que podemos aprender sobre isso, esquecer às vezes é necessário? Melhor do que morrer com rancor no peito?
Sinto as vezes que é somente uma intempérie passageira.
Como a ventania anunciando a chuva.
Mas me pergunto o que é mais demoníaco, a violência das pessoas ou a da natureza, se há em minha pequeneza herança cristã a permissão a tal comparação?
Acho q é uma resposta obvia.
Seja como for, ainda procuro em cada pingo, algo que me permita encontrar um sol nesse tempo estranho, nessa sociedade enlouquecida pelo querer ao invés do precisar. Do filho que carece de um pai longe. Da mãe que se sacrifica por futuros incertos, esquecendo-se de que nem tudo é como planejas e o mundo, bem o que diriam os filósofos sobre ele? Acho que é o desconhecido a ser desvendado. Portanto não entendo como tanta gente assiste Reality Show e esquece da própria vida, aquele tempo não voltará mais. Esquecem que hoje não é ele que sofre dentro do tiroteio, mas amanhã pode ser sua querida filha, ou um ente querido. Como é hipócrita nossos políticos. Quando morre um pobre coitado perante a violência insana, é banalidade. Quando é um de seus filhos preciosos, cujo futuro estava já traçado pelas grandes universidades, seja aqui ou no exterior, é uma tragédia, digna de fazer a chuva parar e um país inteiro se indignar sobre tal fato. Pobres daqueles que não olham para si nesta hora. E ainda tem a idiotice de só dizer: Deus me livre!
Será que ele vai te livrar disso, sem alguém fazer algo a respeito na prática, ou será que a divina providencia fará o bandido, seja político ou não, arrepender-se de seus pecados e dedicar-se a caridade? Oh! Perdão, esqueci-me, caridade é forma de ganhar votos. Político redimido! Acho que choverá canivete, e não água. Será possível a cobra mudar de pele e deixar de ser cobra?
Uma boa pergunta. Uma dura resposta para quem deseja ouvir na palavra “salvação” o céu na terra.
Portanto, não espero a chuva passar, pulo bem em suas gélidas águas, talvez consiga nadar contra a corrente, mas até quando outros deixarão que ela os leve para o bueiro?

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