Sendo os dias um simples ir e voltar no tempo e no espaço do sol pelo horizonte, isso na perspectiva terráquea. Encontrei-me invariavelmente bloqueado por uma questão; porque devo ser sozinho, o que é a solidão?
Olhei para o céu, para um lago, para as pessoas na praça, passei a passos rápidos por todos, vi gente rindo, uns ao lado dos outros, outros somente sozinhos.
Pensei naquele instante num êxtase imperdoável ao esporte em questão.
Era vibrante, estava acompanhado, mas sozinho.
Senti-me mais lento no corpo, mas mais pulsante com a mente. Alma? Bem ela emocionava-se na metade do caminho quando a distração não lhe roubava ou extraviava este segundo dourado.
Fora breve, mas incitou meu espírito jovem.
Acho que fogo pode ascender sem faíscas.
Entendi! Sozinho, devo ser, porque, não que isto venha a me consumir na depressão, nos dias solitários, no enclausuramento, na cura da multidão (dizia Sêneca), mas no prazer de estar comigo mesmo (Epicuro).
Foi fortuito esta constelação de fatores, cada qual na sua galáxia, perspectiva, mas todas brilhando uma na ondulação da outra, como na distorção do espaço frente a mente e a luz.
Começo a ver porque se isolam os nomes nomeadamente repetidos da filosofia. Devo me encontrar agora. Cuidar-te-de-mim-mesmo (Heidegger).
A solidão, bem, é um momento raro no meio capitalista, todos esquecem de ti, mas na menor necessidade, lhe sacodem pela ajuda e não pela consideração. Amigo também deve ser lá um inimigo, Nietzsche tinha lá sua razão ao proferir isso em Zaratrusta.
Não serei enfadonho, nem fútil. Quero a liberdade que um dia ouvi de Stefani:
(Luta por sua liberdade, porque se ela for dada, não é então liberdade verdadeira).
Agora sei, solidão é necessária a mim como o ar que respiro, mas não como a lágrima do condicionamento forçado, mas como o deleite de um jovem lobo.
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