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janeiro 10, 2011

Meu peito doe


Sinto-me, tem dias, como se o não-ser fosse minha sina.
Essa tirana proeza ou maldição de ser e não-ser ao mesmo tempo é meu diário de tempestades, minha fortaleza de dor, aqueles dias onde encontro fraquezas e força para novos amanhãs!
É difícil às vezes entender tamanha pobreza de horas. Vejo através disso, que Sêneca tinha razão, não é o tempo, mas a qualidade de vida que conta para sua plenitude virtuosa.
Serei sozinho? Não sei!
Tenho meus dias complicados, dias que lembranças entram pela janela como fantasmas.
Dizendo-me: - Teu coração ainda me pertences. Minha alma nessa hora revida. – não é tua mais espectro que me encabula. Mas esta fraqueza tamanha, na diminuta êxtase desses segundos realmente mostra minhas cicatrizes joviais do passado.
Nessa hora, lembro-me do primeiro andar de meus pensamentos analíticos. O eterno universitário tem muito disso. Olha e reflete. Devido o que, me faço tão diferente que não posso amar, e os que amo me odeiam tanto assim, só pelo meu amar. Devo rir? Vejo os outros e outros, e eu comigo mesmo.
Tive por isso que abrir mão de meu último amor, amor de primeiro ano. Secreto. Misterioso.
Sabes meu amor. Aliais não sabes que te amei. No alcoólico de seus dias, via em tua face algo que não sabias definir. Via em teus olhos castanhos, não a beleza que todos murmuravam no nascer de tua fama, mas a pessoa que lutava pelos seus ideais, suas aspirações loucamente apaixonadas pelo viver.
É engraçado. Observava atento, com coração apertado, os ditos cruéis, os ditos doces. Uma mistura de amargo e gentil no vinho da noite e na filosofia dos dias.
Era louco cada momento, uma orgia de pensamentos. Cada qual me faziam delirar em meus oníricos segundos de realidade. Mas como toda realidade, dura, contudo colorida. Preto e branco eram apenas ilusões para os que são míopes, nesses súbitos instantes.
Foram memoráveis tais tempos. Não choro por eles, pois passado é passado. Penso que talvez isso fora uma lição para mim. A advertência do que virá no futuro. Rsrsrs...
- Será que fantasma do natal futuro fez isso comigo? Quem sabe?
Só sei que isso me comove na calada da noite ou no espreguiçar do dia.
A dor continua e sempre vai continuar, é assim que ela funciona.
Creio apenas que aprendo com ela. Me faço homem com ela. Me faço Sozinho com ela, minha companheira eterna...
[...]e isso continua....

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